Carro Sustentável com IPI Zerado? Governo Prepara Isenção para Modelos 1.0 Flex Nacionais até 2026
O carro sustentável está chegando? Quase isso. Na prática, é uma reedição do carro popular — só que agora com outro nome, outro foco e critérios bem mais exigentes.
A proposta de um “carro sustentável com IPI zerado” com incentivo fiscal pode mudar o cenário dos modelos de entrada no Brasil. Nos últimos anos, esses veículos praticamente desapareceram das lojas, e os preços subiram tanto que muita gente desistiu da ideia de comprar um 0 km.
Mas agora vem uma notícia que promete virar esse jogo. O governo está preparando um plano para zerar o IPI dos carros 1.0 flex fabricados no Brasil, com foco em eficiência, menor poluição e produção mais responsável.
E não se trata de um retorno simples ao carro popular antigo. A proposta é lançar um novo tipo de incentivo, voltado a modelos com metas ambientais bem definidas. A seguir, você vai entender o que já foi decidido, quais carros podem entrar na lista e o que isso muda na hora de comprar o seu.
Por que o governo quer incentivar carros 1.0 de novo?
Quem acompanha o mercado automotivo já percebeu: os modelos mais baratos praticamente desapareceram. O preço médio de um carro novo no Brasil passou dos R$ 120 mil, e isso afasta milhões de consumidores.
Além disso, a idade média da frota brasileira vem crescendo. Com menos gente conseguindo trocar de carro, o país acaba com mais veículos antigos, mais poluentes e menos seguros circulando pelas ruas.
A solução que o governo estuda agora é incentivar um novo tipo de carro sustentável: modelos eficientes, econômicos e acessíveis, que atendam às exigências ambientais sem perder de vista o custo para o consumidor.
O que é o tal “carro sustentável”?
Esse é o nome informal de um novo subsistema do IPI Verde, que o governo está prestes a anunciar oficialmente. A proposta é dar isenção total de IPI a modelos 1.0 flex nacionais que atendam a requisitos técnicos definidos pelo Programa MOVER — o programa de Mobilidade Verde e Inovação.
Mas atenção: não basta ser 1.0 flex. O modelo precisa cumprir uma série de critérios:
- Ser fabricado no Brasil
- Ter motor aspirado até 90 cv
- Emitir no máximo 83g de CO₂ por quilômetro rodado
- Ter nota A em eficiência energética, segundo o Inmetro
- Atender a metas de reciclabilidade dos materiais usados
Esses requisitos garantem que o carro sustentável seja eficiente, pouco poluente e produzido com responsabilidade ambiental.
Quais carros devem ser beneficiados com a isenção?
Ainda não há uma lista oficial, mas já é possível prever alguns modelos que se encaixam nos critérios técnicos estabelecidos. Veja alguns dos principais candidatos:
- Fiat Mobi
- Fiat Argo 1.0
- Chevrolet Onix 1.0
- Chevrolet Onix Plus 1.0
- Volkswagen Polo Track
- Hyundai HB20 1.0
- Renault Kwid
- Peugeot 208 1.0
- Citroën C3 1.0
Todos esses modelos são nacionais, têm motor 1.0 aspirado e já figuram com boas notas em eficiência energética. As montadoras que fabricam esses veículos estão entre as que mais pressionaram o governo pela medida.
Até quando a isenção deve valer?
A proposta é que o incentivo ao “carro sustentável com IPI zerado” dure até 31 de dezembro de 2026. Isso representa um fôlego de dois anos e meio para a indústria se adaptar e para os consumidores aproveitarem os preços com desconto.
E tem mais: a medida não será exclusiva para pessoas físicas. Empresas, locadoras e frotistas também poderão adquirir modelos enquadrados como carro sustentável com isenção total de IPI.
Quais carros ficam de fora?
A medida será bem específica. Alguns tipos de veículos estão fora da isenção:
- Carros com motor turbo, mesmo que 1.0
- Modelos com potência superior a 90 cv
- Carros elétricos ou híbridos importados
- Veículos que não atingem a nota A de eficiência energética
Ou seja, o foco está em modelos simples, leves e bem ajustados para a eficiência ambiental.
Como será aplicada a isenção? Vai baixar o preço?
Se a proposta for aprovada como está, os carros que se encaixarem nos critérios terão IPI zerado. Isso deve significar uma redução real de preço na casa de 7% a 10%, dependendo do modelo.
Na prática, um carro que hoje custa R$ 75 mil pode cair para algo em torno de R$ 68 mil — um alívio importante para quem busca o primeiro carro ou quer trocar de modelo sem estourar o orçamento.
Claro que isso depende do repasse feito pelas montadoras. Mas, como o programa exige critérios ambientais e produtivos, as marcas que aderirem terão interesse em divulgar os preços com desconto, justamente para conquistar volume.
Isso já aconteceu antes?
Sim, e com bons resultados. Entre junho e agosto de 2023, o governo aplicou uma redução temporária de IPI e PIS/Cofins em carros de até R$ 120 mil. O resultado foi imediato: queda de preços entre 1,5% e 11%, aumento nas vendas e melhora nas estatísticas do setor.
Antes disso, nos anos 1990, o chamado “carro popular” surgiu com incentivos fiscais durante o governo Itamar Franco. Modelos com motor 1.0 chegaram a representar mais de 70% das vendas em alguns anos.
A diferença agora é que o foco não é mais apenas no preço, mas sim em baixas emissões e produção limpa. O incentivo está atrelado à meta ambiental — e não ao volume de vendas.
E os carros elétricos? Vão ter incentivo também?
Sim, mas em outro eixo do programa. O Programa Mover, que já foi aprovado pelo Congresso e regulamentado em abril de 2025, traz benefícios fiscais e linhas de crédito para produção e desenvolvimento de veículos elétricos e híbridos.
Só que, no caso do “carro sustentável popular”, o foco está no presente imediato: carros que já estão nas concessionárias e que podem chegar com preços mais acessíveis nos próximos meses.
Enquanto os elétricos crescem, o governo entende que boa parte da população ainda depende de carros a combustão com bom consumo e baixo custo.
Quando isso começa a valer?
O anúncio oficial da medida deve acontecer nos próximos dias, segundo fontes do Ministério do Desenvolvimento e do Ministério da Fazenda. A regulamentação técnica já está praticamente pronta — e depende apenas da assinatura final.
Se tudo correr como esperado, a isenção de IPI para os modelos 1.0 sustentáveis já pode começar a valer ainda no segundo semestre de 2025.
O que muda pra você, consumidor?
Se você está planejando comprar um carro novo em breve, vale a pena esperar alguns dias e acompanhar o anúncio oficial. Modelos como o Onix, HB20, Argo e Kwid podem ficar visivelmente mais baratos, sem que você precise abrir mão de segurança ou eficiência.
Além disso, essa medida pode provocar uma reação no mercado, forçando até outros modelos fora da isenção a entrarem em promoções mais agressivas.
É uma boa notícia para quem quer um carro novo, confiável e econômico — e que se encaixe em uma proposta de futuro mais sustentável.
Conclusão
A iniciativa do “carro sustentável com IPI zerado” é um passo interessante para equilibrar acessibilidade e responsabilidade ambiental. Não se trata de voltar ao passado, mas de criar um novo padrão para os carros de entrada no Brasil — mais limpos, eficientes e alinhados com as metas de descarbonização.
Ainda há detalhes a serem confirmados, mas a sinalização do governo é clara: a mobilidade do futuro precisa ser mais acessível e mais verde. E esse pode ser o começo de uma virada importante.
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